Lá vai ele novamente,
o homem de lata de quem todos falam.
Cheio de si por não ter coração
não chora e não sofre quando lhe abandonam.
Sábio é ele de não ligar,
para as coisas simples e absurdas
que essa vida nos dá.
Sábio por saber que o importante
é cultivar e não se apossar.
A muito foi dito que ele tinha ganho um coração,
se arrependeu do pedido
que acabara de lhe ser concedido
por conhecer as dores dos amores e da paixão.
Ah, sábio é ele!
Por não notar os pequenos detalhes
que lhe rasgariam o peito caso notados,
detalhes que mudariam toda sua visão e interação.
Mas é sabido que sua vida é sem graça e sentido,
que o período em que seu coração lhe maltratou
foi a única vez em que ele se sentiu vivo,
e que ele sempre repete para o mundo
que o bom da vida é o estrago.
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