Venho pensando quadrado
tudo vem encaixotado
mastigado, escarrado
tudo à mostra, tudo na mostra.
As palavras vão chegando
e se alojando,
de domingo a domingo
a alegria me idiotiza.
Pintam na tela
um quadro padrão
para eu seguir, rir
por uma semana repetir.
Desnudam-me a mente
com rebolados vazios
enquanto tocam
as músicas mais quentes.
Pintam-me em
imagem desfocada e dissemelhança.
Representam-me de fachada
enquanto rio da palhaçada.
Apagam a verdade dos muros
e desenham a falsa realidade
nas telas, em minhas janelas
enquanto morro lentamente,
de idade, de prematuridade.
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