Eu gostaria de saber
onde minha certeza foi parar.
De saber, onde, como
e quando, as coisas
voltarão a se clarear.
Eu gostaria de entender
quando foi que o cachorro
passou a largar tão facilmente seu osso.
Quando foi que o passado
se tornou tão doloroso.
Eu gostaria de poder
deixar tudo tão claro
quanto se pode deixar.
De poder traduzir em palavras
e ações, tudo que penso, que sinto e que quero falar.
Eu gostaria de culpar
os outros pelas coisas
que dão errado, como todos fazem.
De culpar os céus pela dor
e pelas tragédias que nos cercam.
Eu entenderia
se você saísse pela porta e nunca mais voltasse.
Se você me batesse,
cortasse e até sem remorso
me xingasse.
Eu poderia ter escolhido
o certo e deixar de lado
o duvidoso, majestoso.
Poderia ter seguido
contigo e de bom grado.
Eu poderia pensar menos “eu”
e mais “nós”
caso 4 cordas coubessem no mesmo nó.
Eu poderia ser exclusivo,
caso não me importasse em virar pó.
Mas eu não gosto de nada simples
e muito menos monótono.
E por isso vou seguindo errando
até não mais existir esse plano,
até meus pés não mais caberem no pano.
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