O lago se encontra plano,
sem falhas ou ondas
nada por baixo dos panos
não há necessidade de se fazer rondas.
Engaiolado à suposta certeza
apoiado à promessa não feita.
A casa está trancada
mas não está segura.
A necessidade de posse
não brilha mais em minha janela,
mas faz bem pro ego
poder compartilhar algo de si.
Faz bem pro espírito saber
que sua vida é mais do que "eu".
Não meu, seu.
Não possuo ganância,
só me resta doar-me
sem caixinha de brinde.
O lago permanece plano,
transparente o suficiente
para se ver os sentimentos
nadando em serpentinas,
entrelaçando-se ordenadamente
brilhando e evitando serem vistos,
deixando óbvio ou fazendo mistério,
esperando um movimento do observador
ou largando a timidez e se mostrando por completo.
Entrego-me com peixes variados,
com caixinha e tudo.
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