quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

#100 - A passos lentos

Se já fui mais simpático
Mais cordeal ou alegre
Não lembro
Não fico pra ver
Já fui.

#99 - TWD

Queria um canto
Um símbolo
Um espaço
Para recostar o cansaço
Ponto final pra dor
Um túmulo para o horror
que é viver e não ser.

98 - The joke was on me

Nessa de fazer par
fui coringa.
Tranquem as quinas,
por aí corre meu amor,
esse pequeno traquina.

#97 - Vendo aval

Agora controlo meu tempo,
Assim como as folhas
Controlam o vento.

domingo, 22 de novembro de 2015

#96 - Não curti a ação

veja, não lembrava mais de tudo
tudo foi-se, tudo que não veio e por isso impregnou
o pensamento da possibilidade que não me deixava dormir

não ver, se foi
e se não foi, sumiu
pois certamente não ficou

não

talvez escondeu-se, pra pregar peça
pra quando o quase azul predominar
sair do esconderijo e se dirigir, educadamente
ao presente momento
e rir, baixinho e traiçoeiro, como um pensamento pode ser

mas veja também que ando tentando me redigitar,
sim, como uma palavra já existente procura um novo significado
ou apenas uma nova pronuncia
para se livrar da maldição que é ser criado com um propósito, ou, de ser condicionado a uma só utilidade

e tem tanto mais que eu poderia dizer que vem acontecendo, que mal posso digitar
sabe, é muito mais difícil de se escolher uma palavra quando se há um oceano delas
e me falta, talvez, julgamento para qual a mais conveniente

maldita glacial quente

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

#95 - Balaenoptera Solivagant

ah, tarde sim
é quando eles vêm ilustrar
na parede do medo de vagar

no silêncio marinho de caminhar sem deixar rastro
no não se preocupar em deixar alguém com saudade
no ser inaudível em frequência

tarde não sei nem porque
talvez por desespero meu
ou talvez tarde pra pegar tudo aquilo que quis deixar cair - e, as vezes, deixei

se não me couber nadar
faço um mar com cada gota de frieza
com cada gota que não fora derramada quando era hora

navegar é preciso

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

#94 - 2+2=0

Ver agora não mudará nada,
ver os erros, os acertos, 
as oportunidades que poderiam ter sido criadas desde o começo.

Ciclos, é o que sempre fomos
círculos tortos e inconstantes 
na pulsação terrestre do medos maiores.

Sempre fomos inconstância,
nada pronto, nada produzido
Só o ardor e o adeus - relutante,
mas, nada além.

Se confio, caio e no levantar volto com golpe
golpe de indagação, de necessidade de mostrar força
com intenção de que seja parado e lido.

Se não posso mais desenhar, posso ser o culpado
por só rir quando a situação fica feia,
por não me permitir ser consumido por sentimentos mesquinhos 
quando era sua intenção que eu os demonstrasse.

Mas talvez esse ponto de vista seja apenas o que tudo sempre foi e que eu já sabia mas fui ingenuo o suficiente para achar que perseverar daria frutos.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

#93 - Polirritmia contínua

O espaço entre o ter prazer e o descontento não é uma queda brusca, não é uma decepção, não é uma mentira descoberta, não é o ser vítima de uma troca injusta (e, por vezes, a seus olhos ou em verdade, irracional), esse espaço cabe ao descaso.

A quebra foi feita no tempo,

dissonância apreciada porém descompassada,
polirritmia destroçadora de arquétipos
que nem sempre são negativos
ou desnecessários.

Trocaria noites de branca lucides por tardes escuras em linhos e carne.

Ascenderia ao status de par por ser singularmente ornamentado, 
enfeitado, 
maltratado...
"Que chique, bem despojado e despreocupado."
"Não foi intenção."
"Que não se repita."

C#m G#/C#m A/C#m

Termino fora de mim,

num suspiro de minhas notas
que para se despedir
ficam ordenadas em Si.



[Em caso de suspeita, vide a bula]

sábado, 6 de junho de 2015

#92 - Aceito

Eu aceito,
minha infelicidade.
Por um bom tempo, eu sei
nada de bom virá,
e eu aceito isso de bom grado.

Todas as decisões,
todas as rescisões,
serão invalidas.

Quando o eterno branco chegar...
Ah!

Mas enquanto isso,
me perco,
eu ruas,
em nuas,
em falsos amores e pensamentos.

Sim, aceito assim
as falsidades,
as invencibilidades,
o tempo.

Aceito pois sou parte,
não faço parte do trato da arte
sou feito escarlate,
que chama a atenção e marca
que deixo ali meu símbolo
nunca esquecido.

Aceito, e de forma alguma,
mesmo por despeito
ou por devaneio,
nunca, nunca irei
despedir-me
de meus anseios. 

quarta-feira, 20 de maio de 2015

#91 - Borda da Gota Gorda

Poça rasa, essa que me cativou
pudera fosse poça rara,
quem dera fosse de amor.

Pulo, pulo, pulo pra ver a água subir
não afundo, afundo, afundo em vontade de rir
mas não descarto fácil.

Sou insistente, morador da vila ardente
dos apaixonados sem motivo ou explicação,
puros seres de mente deturpada. 

A poça é rasa, mas reflete o sol igual mar
mas o que me arrasa
é nela não poder estar, fixo, sem riscos
apenas lá, pra cacá.

Ah, poça de lama, mal sabe ver
quem realmente a ama.

domingo, 26 de abril de 2015

#90 - Nothing ever changes

Fica omitido
a consciência da incerteza.

Diz que quer, mas
panos abaixo revela-se ambígua.
Sem dó, sem medo
sem sentimentos e sem vergonha.

Mas claro, culpa minha sempre foi
Ingenuidade minha é acreditar, sempre
Infantilidade de poucos, se entregar
Virar brinquedo dos crescidos - hostis.

Cerca a culpa, a insegurança
a insatisfação, a decepção
a solidão de não ser
suficientemente capaz
de ser necessário.

Só nulo, soluto no tudo,
o vazio predomina.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

sábado, 18 de abril de 2015

#88 - Analil

Não faça-a, a analogia
Palavras malditas,
que mal foram realmente ditas
e já soam como maldição

Não, não digas,
se o coração ainda respinga
cure-o de pinga

O único a ver
é o infeliz
que a vida
foi capaz de a ceder

E só, somente só,
capaz-será de matá-la
Para que, em tom de desgraça
caia por si só
Auto-consumida
Até ser sumida,
Fora de vista
e de p(l)eito.

Terá fim, ao menos sim (ou credes que não?), a analogia.

Então, incomparável.

quarta-feira, 18 de março de 2015

domingo, 1 de março de 2015

#84 - O amor deixou-me nu

Falta de 
algo pra vestir
algo pra cobrir
o que não se pode revelar.

Já quase pronto
algo cobriu,
o amor teceu
pra mim uma manta
que não deu conta
de aguentar a batida,
não amorteceu.

Baqueou e, assim
fui obsceno novamente.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

#83 - Incrédulo

Agora dei pra 
andar por aí desatando nós,
escutando voz,
de sentimentos pálidos
que não me prometem nada.

Fico aí sonhando,
despedaçando minha esperança
jogando meu amor em toda trança
que faz o favor de me hipnotizar
quando bate um ar.

Já não sou de favores,
logo, não favoreço a mim mesmo
e por mais que queira me doar sem pedir algo em troca
sou ignorado e tratado com maus tratos.

Hora fui eu o descredor,
agora sou o sacerdote pecador
que não sabe como compôr a reza
de maneira a esconder a minha própria dor.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

#82 - Prevencia

Não menti,
pois não foi.
Não havia vindo
o tempo da ação.

Não se pode mentir
sobre fatos futuros.
Posso, no máximo,
ter expectativas.

E só.

#81 - Nó

Sendo a linha,
posso ser de fogo,
de defesa,
de couro.

Posso prender.
ou, com nó frouxo,
te soltar.

Posso até, quem sabe
um dia, me amarrar,
ou me embolar.

Posso também,
com o tempo,
me esfarelar.

Ou, no ápice de juvenis amantes
me tornar / retornar
um colar / e recolar.

#80 - Pássaro Alma

Inóspito riso sórdido,
é força do tempo,
chacota ao vento.

Mal estar de habitar,
mediar um lugar.

É meu feito que voa.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

#79 - Carona

Trânsito interno,
carro mãe de sentimentos
carrega não um filho, mas um amante
aquele moço distante.

Dizia estar bem, 

do mal sabia,
mas mal sabia,
do mal que tem.

sábado, 17 de janeiro de 2015

#78 - Manchate

bate bate bate bate
bate asa bate saudade
bate bate bate baque
babaque babaca bobo

bobo bobo bobo bobo
bolovo de moço bobo
boboca boboca boboca
balbucia demais e nada faz

"Moço bobo bate boboca com bolo até ouvir baque"
disse o jornal.

#77 - Cerco Existencial

De fé e crença, reinas.
Não dependes de nada
existes antes d'eu sequer
querer acreditar ou cogitar.

És além do tempo, pois do tempo és administrador,
quando cogito existires, já estava lá desde O Início.

Sua existência é ilimitada para todo que crê.

A partir do momento que creio, não me deixa saída.

domingo, 4 de janeiro de 2015

#76 - Rumos

Pela proximidade
que nos é concedida
creio que a distancia
seja nossa única 
forma de medida.

#75 - Vez sim ou não

Por vezes a fuga noturna,
boêmia, sem culpa,
é suficiente para uma pausa.

Mas as vezes, são voltas.
Círculos de um ciclo
infinito e insatisfeito
que me leva, novamente
a você.