Pensando em cálculos
para que o futuro se fixe
desenvolvo um programa cego
que me diz aos ouvidos onde ir
mas não me mostra onde, no momento, estou.
Andando em círculos
nas paixões da mesa curva
aprecio a água turva
do incerto amanhã.
Percebendo que estes passos já passei
faço mapas pra me recordar
dos passos falsos que me acometeram
e dos acertos que ainda vou errar.
E me descubro estripado de asas
observado e dissecado em pelo nu.
E desvendado por olhos que aprecio
lentamente me envolvo em minha manta azul.
Sentado,
me descanso pro desgaste certo
que do ninho da ave, amor, me viu
e com prazer me acomodou em seu terno
recitando delícias à beira do inferno.
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