sábado, 16 de janeiro de 2016

#106 - Frio, calculista, fechado e sem coração

não pouparam tempo em corrigir-me
fui de vaso lacrado a túmulo em apenas duas frases
fui cofre de banco
fui alma selada
fui farpa na unha que não sai por nada

em pouco mais de uma lua descobri o quanto a desconfiança e o medo me fizeram mal
em poucas horas desvendei que me entregar nunca foi suficiente, era preciso anunciá-lo 
mesmo isso não me fazendo sentido

tantas e tantas vezes acreditei que meus beijos, apertos, olhares, abraços e calor eram suficiente,
mas então me foi desvendado que não, eles nunca foram
sem um grito de anunciação eles de nada valem, ou pelo menos não muito

me cabe apenas desmontar-me 

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