segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

sábado, 16 de janeiro de 2016

#106 - Frio, calculista, fechado e sem coração

não pouparam tempo em corrigir-me
fui de vaso lacrado a túmulo em apenas duas frases
fui cofre de banco
fui alma selada
fui farpa na unha que não sai por nada

em pouco mais de uma lua descobri o quanto a desconfiança e o medo me fizeram mal
em poucas horas desvendei que me entregar nunca foi suficiente, era preciso anunciá-lo 
mesmo isso não me fazendo sentido

tantas e tantas vezes acreditei que meus beijos, apertos, olhares, abraços e calor eram suficiente,
mas então me foi desvendado que não, eles nunca foram
sem um grito de anunciação eles de nada valem, ou pelo menos não muito

me cabe apenas desmontar-me 

domingo, 10 de janeiro de 2016

#105 -

da nascente pro mar
a tudo ignora
a gota do amar

#104 - Hypnopompia

hoje fui visitado por um demônio
não pude me mover
ou clamar por ajuda
ele estava lá
e estava confortável sobre o meu corpo

como dizer para um ser
com tamanho conforto
que quero que ele se retire?
até porque, com que voz o faria?

engraçado que, disseram-me certa vez
que vemos pesadelos quando eles se aconchegam
talvez o meu seja o de não ser ouvido
ou de não poder fazer nada
perante situações assim

isso explicaria muito


terça-feira, 5 de janeiro de 2016

#103 - Hoje acordei meio Ted Mosby

pesa muito
sempre
não poder dizer o que deveria ser obrigação
para aqueles que não deveriam precisar de razão
aqueles por quem cada batida é um aconchego
aqueles que cada toque é um abraço
que cada olhar é tão cheio de amor que só me resta transbordar
para todos aqueles que a falta do toque dói tanto
que só resta relembrar dos risos e apertos
aqueles que mesmo o início de uma tarde sem um oi
faz parecer que tudo está errado
ou até aqueles que o simples cumprimento sem palavras
são como um pacto com um diabo que só trás bençãos
aqueles que cujas palavras mais simples,
cujo respirar, cujos sons estranhos, cujos cabelos trapalhões
só trazem alegria, felicidade, amor, ternura, abundância,
florescer, alvoradas, luas cheias, melodias, despreocupação
cujas presenças por si, são obras de arte

pesa não dizer um "eu te amo" quando dá vontade

sábado, 2 de janeiro de 2016

#102 - I/O

o querer no respirar
o ofegar no olhar
o toque a arfar
o exitar de ceder
                          o carinho na dobra
                          o caminho da porta
a premissa